
Enquanto o Rio Grande do Norte celebra avanços históricos na transparência pública, Guamaré segue caminhando na contramão. Se houvesse uma premiação de “menor valor”, a mais baixa possível, certamente os mandatários dos poderes Executivo e Legislativo do município seriam contemplados. No quesito transparência, ambos os poderes são exemplos… mas de como não agir.
Em Guamaré, o cidadão que deseja acessar informações públicas enfrenta um verdadeiro labirinto burocrático. Na prática, o acesso só ocorre quando a Justiça é acionada, evidenciando que a transparência, um dever básico da administração pública, tornou-se um direito que precisa ser judicialmente conquistado.
Enquanto isso, no restante do RN, o cenário é outro
A Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil (Atricon) divulgou, na ultima quinta-feira (4/12), os resultados do ciclo 2025 do Programa Nacional de Transparência Pública (PNTP), durante o IV Congresso Internacional dos Tribunais de Contas. O levantamento, que analisou mais de 10 mil portais de transparência, o maior número da história, registrou avanços expressivos em todo o país.
No Rio Grande do Norte, 138 entes públicos foram certificados com os selos Diamante, Ouro e Prata, concedidos conforme o nível de conformidade com os critérios nacionais de transparência. A entrega das premiações ocorrerá no dia 12 de dezembro, durante o Sexta de Contas, no Cemure, das 8h30 às 12h30.
Avanço nacional contrasta com estagnação local
Ao todo, 2.911 portais foram certificados no país, sendo:
- 997 com selo Diamante
- 1.082 com selo Ouro
- 832 com selo Prata
O crescimento em relação ao ciclo anterior foi de 59,15%, mostrando que grande parte do Brasil avança para uma gestão mais aberta, acessível e responsável. O PNTP, coordenado pela Atricon em parceria com os 33 Tribunais de Contas brasileiros, tem como missão padronizar, orientar e induzir boas práticas de transparência na administração pública.
E Guamaré?
Enquanto vizinhos conquistam selos e reconhecimento, Guamaré segue num “apagão de transparência”. Informações essenciais como contratos, licitações, folha de pagamento e relatórios fiscais, são de difícil acesso, quando não completamente ausentes. Tanto o Executivo quanto o Legislativo municipal mostram resistência recorrente em cumprir obrigações básicas previstas em lei, deixando o cidadão às escuras sobre como são empregados os recursos públicos.
A discrepância entre o desempenho estadual e a realidade de Guamaré é gritante. Em um cenário nacional que avança, a cidade permanece estagnada, presa a práticas que deveriam ter sido superadas há anos.
Transparência não é favor: é dever. E enquanto o Brasil celebra avanços, Guamaré parece insistir em continuar no século passado.
Afinal, porque tanto segredo? Porque muito vem sendo ocultado? O que está por trás de tanta omissão? Tem algo errado com o dinheiro público, o dinheiro do povo?
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