
A população de Guamaré vive hoje um dos momentos de maior frustração com o poder público municipal. O município encontra-se sem obras concluídas, sem respostas efetivas e sem qualquer sinal concreto de reação por parte do governo. Nem mesmo os vultosos recursos oriundos do FINISA, que comprometeram as futuras gerações de guamareenses, foram capazes de tirar a atual gestão da apatia administrativa em que se encontra.
O cenário que se impõe é desolador: obras anunciadas com pompa, contratos assinados, valores milionários empenhados, mas canteiros vazios, máquinas paradas e comunidades esquecidas. A sensação generalizada é de descrédito e cansaço.
Um exemplo emblemático está nas obras de infraestrutura de pavimentação e abastecimento de água destinadas às famílias do Conjunto Belo Jardim, na comunidade de Baixa do Meio, do Conjunto Vila Maria, no distrito de Salina da Cruz, e em outras áreas igualmente afetadas. A obra, contratada junto à empresa Norte Construções LTDA (CNPJ 24.581.449/0001-59), tinha como objetivo melhorar as condições básicas de mobilidade e acesso à água, demandas históricas da população local.
O contrato, no valor de R$ 2.263.915,83, teve início em 23 de julho de 2025, com prazo de execução de 180 dias, o que projetava sua conclusão para janeiro de 2026. No entanto, o que se vê hoje é uma realidade completamente diferente: a obra encontra-se paralisada, sem qualquer previsão de retomada e sem explicações convincentes por parte da administração municipal.
Na tarde desta segunda-feira (15), a equipe do blog esteve in loco, visitando e registrando os canteiros de obras. O que foi constatado é inequívoco: abandono total. Moradores ouvidos relataram indignação, revolta e, sobretudo, a perda da confiança nas promessas do poder público municipal. Para muitos, trata-se de mais um capítulo de uma gestão que anuncia muito, executa pouco e entrega nada.
E esse não é um caso isolado. O prefeito Hélio Willamy encerra seu primeiro ano de governo sem entregar uma única obra relevante à população. As poucas iniciativas anunciadas seguem o mesmo destino: abandono ou paralisação. A obra do cemitério foi esquecida, a urbanização da orla do Rio Aratuá não saiu do papel e outras intervenções estruturantes, amplamente divulgadas pela própria gestão, simplesmente desapareceram da agenda administrativa.
O mais grave é que, para além do abandono visível, o município carrega agora o peso de financiamentos que comprometem o futuro financeiro da cidade, sem que a população veja qualquer retorno concreto desse endividamento.
A pergunta que ecoa nas ruas, nas comunidades e nos distritos é simples e direta: até quando Guamaré continuará refém de uma gestão apática, incapaz de transformar recursos em obras e promessas em realidade? A paciência do povo parece ter chegado ao limite, e a conta desse abandono, inevitavelmente, será cobrada.
