PROJETO ESPERANÇA: AULAS DE KARATÊ TRANSFORMAM VIDAS DE CRIANÇAS E JOVENS EM GUAMARÉ

Em meio a tantos desafios sociais enfrentados pelas famílias em Guamaré, uma iniciativa voluntária vem fazendo a diferença na vida de cerca de 40 crianças e adolescentes do município. O Projeto Esperança, através de aulas gratuitas de karatê oferecidas no contra turno escolar, tem se mostrado uma ferramenta poderosa de transformação social, disciplina e cidadania.

Idealizado e conduzido pelo professor Joilson Matheus, que é faixa preta 6º DAN, o projeto promove muito mais do que a prática de um esporte: estimula valores como respeito, autocontrole, responsabilidade e perseverança, pilares da filosofia do karatê.

“O projeto atende crianças e adolescentes entre 8 e 17 anos, de ambos os sexos. Os treinos acontecem às terças, quintas e sábados, das 17h30 às 19h, no Ginásio Poliesportivo Ademir de Miranda”, destaca Joilson, que conduz as atividades de forma totalmente voluntária.

Esporte como ferramenta de transformação

Enquanto parte da juventude se vê exposta à vulnerabilidade social, o Projeto Esperança oferece uma alternativa real e concreta: educação pelo esporte. Através do karatê, os jovens aprendem a cultivar disciplina e autocontrole, ao mesmo tempo em que constroem laços de solidariedade e respeito dentro da comunidade.

Mesmo com o apoio da Secretaria Municipal de Esportes, que disponibiliza o ginásio para as aulas, o projeto ainda sobrevive com muitas limitações. Não há recursos financeiros suficientes, nem patrocínios regulares. Tudo é mantido com esforço pessoal do professor e apoio pontual de pais e amigos.

Rumo ao INTERCONTINENTAL OPEN CUP — e a dura realidade da falta de apoio

Agora, o projeto enfrenta um novo desafio: levar seus jovens atletas ao Intercontinental Open Cup, que acontecerá em Natal entre os dias 18 e 22 de novembro de 2025. O evento será uma oportunidade única de integração, aprendizado e visibilidade para esses jovens talentos, mas a falta de recursos ameaça o sonho.

Sem apoio institucional e patrocinadores, os alunos e o professor estão organizando rifas e ações solidárias para custear transporte, alimentação e inscrição no campeonato. Um esforço louvável, mas que escancara a ausência de políticas públicas voltadas para o incentivo ao esporte de base no município.

“Estamos fazendo o que podemos. Mas seria muito importante se o poder público olhasse com mais atenção para esse trabalho. São 40 crianças que estão sendo impactadas de forma positiva. Por que não apoiar isso de forma concreta?”, questiona o professor Joilson.

A pergunta que não cala: por que a Prefeitura não apoia?

O Projeto Esperança é um exemplo claro de como a sociedade civil pode contribuir para a construção de um futuro melhor. Mas iniciativas como essa não deveriam depender exclusivamente do esforço individual de voluntários.

A Prefeitura de Guamaré e a Secretaria Municipal de Esportes têm a responsabilidade de investir em projetos que promovam a educação, o esporte e a inclusão. A pergunta que fica é: por que um projeto com resultados tão expressivos ainda não foi incluído na grade oficial de programas esportivos do município?

Não é apenas uma aula de karatê. É um instrumento de mudança real, que pode afastar jovens da criminalidade, do abandono escolar e da marginalização.

NOTA DO BLOG

Projetos como o Esperança, liderados por pessoas como o professor Joilson Matheus, são faróis em meio à escuridão da ausência do Estado. Eles mostram que é possível mudar vidas com disciplina, esporte e valores.

É papel do poder público estimular, apoiar e garantir a continuidade de iniciativas como essa. Aos gestores de Guamaré, fica o apelo: não deixem que esse projeto morra por falta de apoio. Invistam no futuro das nossas crianças. Invistam na dignidade e na cidadania.

Porque formar campeões no tatame é importante, mas formar cidadãos de bem é essencial.