GUAMARÉ: FUMAÇA QUE SAI DO LIXÃO PREJUDICA MORADORES, TRABALHADORES DO POLO, CATADORES E MEIO AMBIENTE

Guamaré amanheceu mais uma vez sob o véu tóxico da fumaça negra que emana do seu lixão a céu aberto. Mas não se trata de um sinal ritualístico como o da Capela Sistina, é o símbolo cruel de um descaso institucional que queima sem dó nem piedade, atingindo indiscriminadamente a população, especialmente os trabalhadores do polo petroquímico. A fumaça não apenas contamina o ar: ela denuncia, todos os dias a falta de zelo, de cuidado e vontade por parte do poder público de resolver um problema que só se alastra a cada dia.

Entre dunas e promessas esquecidas, o lixão de Guamaré permanece como uma ferida aberta. O solo, a água e o ar são diariamente violentados por resíduos domésticos e industriais, lançados sem controle ou contenção. Famílias vivem cercadas por lixo infectante, crianças crescem entre entulhos e animais circulam livremente em áreas que deveriam ser protegidas. A dignidade humana, ali, é o primeiro resíduo descartado.

Promessas no papel, fumaça na prática

No mundo sustentado pelo Prefeito eleito na ultima eleição, Hélio Willamy uma revolução ambiental foi prometida: orçamento verde, educação ecológica, coleta seletiva, usina de compostagem. Mas, como bem se sabe, no papel tudo cabe. Na prática, nenhuma dessas ações saiu do discurso. A guarita do aterro foi abandonada, o cercamento engolido pelo mato, e os coletores sequer conseguem acessar o local. O lixo se acumula no solo e na consciência coletiva.

Queimadas parecem algo premeditado

Em conversa com o blog, um catador que preferiu não se identificar fez uma denúncia preocupante sobre o lixão de Guamaré. Segundo ele, “quase todas as noites, veículos param nas proximidades, sempre por volta da meia-noite. Curiosamente, todas as manhãs surgem sinais de fogo e fumaça, que só aumentam. O pessoal do polo e muitos moradores têm reclamado. Não é possível que aquilo esteja queimando há 60 dias sem parar. Alguém está colocando fogo no lixão.”

A situação relatada levanta sérias suspeitas. No local, não há vigilância, câmeras de segurança, nem patrulhamento da Guarda Municipal, o que contribui para a vulnerabilidade da área e dificulta a fiscalização. Embora seja possível que pessoas estejam ateando fogo por diversos motivos como ocorreu mais uma vez na noite deste domingo(05), o catador acredita que há má-fé envolvida.

O relato é grave e merece investigação. Não é natural, nem aceitável, que queimadas e fumaça persistam por mais de 60 dias em um espaço público. A população merece esclarecimentos e medidas urgentes para garantir segurança ambiental e saúde coletiva.

Riscos respiratórios e doenças crônicas

A fumaça que emana da queima de resíduos em lixões a céu aberto não é apenas incômoda, é um veneno silencioso que compromete gravemente a saúde da população. Em Guamaré, onde o lixão segue ativo e incinerando resíduos sem controle, os impactos vão muito além do desconforto visual ou olfativo: trata-se de uma ameaça direta à vida.

A exposição contínua à fumaça tóxica pode provocar sintomas como tosse persistente, dificuldade para respirar, irritações nos olhos e na pele, além de agravar quadros de asma, bronquite e outras doenças pulmonares. Crianças e idosos são especialmente vulneráveis, pois possuem sistemas imunológicos mais frágeis.

NOTA DO BLOG

É inacreditável, impossível crer que até hoje o poder público nada fez, absolutamente nada de concreto para acabar com as queimadas, passados mais de 3 (três) meses da nossa matéria em que relatamos o caos do lixão.

Quando um gestor público demonstra, por atos e omissões, que é incapaz de enfrentar os problemas reais da cidade, como o caso escancarado do lixão de Guamaré, não resta alternativa senão devolver o destino da cidade ao seu verdadeiro dono: o povo.

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