ARTICULAÇÃO OU MANIPULAÇÃO: A SECRETARIA QUE SERVE AO PODER, NÃO AO POVO!

Guamaré é uma cidade que há anos clama por políticas públicas eficazes, saúde digna e dignidade para seus cidadãos, o que se observa é a perpetuação de um modelo arcaico de gestão pública: clientelismo descarado, desperdício de recursos e uma vergonhosa inversão de prioridades.

A criação da Secretaria Municipal de Articulação Institucional, por meio da Lei nº 573/2001, poderia ter sido um passo importante rumo à modernização administrativa, articulando parcerias com o Estado, União e instituições da sociedade civil. O objetivo, nobre na teoria, seria impulsionar inclusão social, fortalecer a cidadania e promover o desenvolvimento sustentável e integrado.

Mas, como quase tudo em Guamaré quando se trata da administração pública, a prática desmoraliza o papel que a lei deveria garantir.

A Secretaria da “Defesa Pessoal do Prefeito”

Longe de cumprir sua função institucional, a pasta tornou-se uma verdadeira aberração administrativa. Descaracterizada, inoperante e composta por aliados políticos que atuam como uma espécie de linha de frente na defesa do Prefeito Hélio, essa secretaria mais parece um bunker político do que um órgão de governo.

Talvez fosse melhor chamar-se Secretaria de Acomodação Institucional ou até Secretaria de Defesa Pessoal, tamanha é sua função real: blindar politicamente a gestão atual e alocar cabos eleitorais em cargos sem função definida.

Orçamento Milionário para Ninguém Fazer Nada

Embora os números oficiais estejam disponíveis no Portal da Transparência, a realidade que salta aos olhos é grotesca:

  • Orçamento de R$ 557.000,00, destinado à Secretaria de Articulação Institucional (LOA nº. 843/2024)
  • Folha mensal de pagamento: R$ 57.235,52 — para cargos sem atribuição definida por lei e contratos fora da excepcionalidade constitucional.

Isso mesmo. A própria lei que criou os cargos não estipula quais são suas atribuições, violando frontalmente os princípios constitucionais da legalidade, moralidade e impessoalidade.

A irregularidade é tamanha que tanto o Tribunal de Contas quanto o Ministério Público apontam esse tipo de norma como nula de pleno direito, já que é ilegal prover cargos sem função específica. Em outras palavras, a secretaria é um cabide de empregos, um balcão de favores sustentado com o suor da população.

Planejamento de Quê? Execução de Quê?

Circulam nas redes sociais imagens de supostas “reuniões de planejamento” da Secretaria de Articulação Institucional. Planejar o quê, se ninguém sabe o que fazer? Executar o quê, se não há metas, nem função legalmente definida para nenhum dos cargos ocupados?

Enquanto isso, a população agoniza:

  • Faltam medicamentos básicos;
  • Faltam exames e atendimentos médicos;
  • Há filas intermináveis nos hospitais;
  • Falta água na sede e nas comunidades rurais, e animais morrem de sede;
  • Salário atrasado a 4 meses de Enfermeiros e Técnico de Enfermagem;
  • Obras paralisadas;
  • Famílias mendigam por cestas básicas, dentre inúmeros outros problemas.

E a resposta da prefeitura a esse caos é continuar inchando a máquina pública com contratações sem critério técnico, sem necessidade administrativa e, pior, sem amparo legal.

Um “Gabinete do Ódio” Travestido de Secretaria

O papel real de parte significativa dos servidores da pasta é outro: atacar cidadãos nas redes sociais, silenciar críticas e defender a imagem do Prefeito, como se isso fizesse parte de suas funções. A atuação é tão absurda que se aproxima mais de uma milícia digital do que de uma secretaria institucional.

Nos bastidores da Prefeitura de Guamaré, cresce o descontentamento com a atual composição da Secretaria de Articulação, que vem sendo comparada por servidores e aliados ao chamado “Gabinete do Ódio”. A acusação é de que o grupo estaria promovendo um afastamento deliberado da população, minando a própria base de apoio da gestão.

Fontes internas relatam que o incômodo é compartilhado por servidores de todos os escalões, inclusive por amigos próximos do prefeito Hélio, que há tempos repudiam a atuação da equipe responsável pela articulação política. A insatisfação, antes restrita aos corredores, agora ganha voz pública.

Um exemplo emblemático é o posicionamento de Geilson Carvalho, ex-opositor e atual aliado do prefeito. Em grupos de WhatsApp, Geilson tem feito críticas contundentes à secretaria, afirmando que Hélio erra ao manter uma estrutura considerada inoperante. Em suas palavras:

“Essa turma da Secretaria de Articulação é um atraso para Guamaré. Se eu fosse o prefeito, já teria resolvido essa situação. Hélio deveria mandar essa turma toda para a Secretaria de Obras. Lá, Diogo dá um jeito de ocupar todos. Tem muito serviço lá. O que não pode é continuar desse jeito. O prefeito sabe que não pode.”

A fala de Geilson reflete um sentimento que, segundo interlocutores, é cada vez mais generalizado: a rejeição à atual equipe da articulação não é pontual, é quase unânime.

É inconcebível que verbas públicas estejam sendo destinadas a esse tipo de prática. Em vez de cumprir seu papel institucional de promover o diálogo com órgãos e entidades, servidores da Secretaria de Articulação têm se comportado como verdadeiros guarda-costas digitais, empenhados em blindar a gestão de críticas. Enquanto isso, a população de Guamaré segue enfrentando o abandono das demandas reais da cidade, um governo que, ao que tudo indica, virou as costas para quem mais precisa.

O Barco Está Afundando. E Estão Colocando Peso em Cima

A crise de Guamaré não é fruto do acaso. É resultado direto de escolhas ruins, de má gestão e de prioridades distorcidas. Mais do que a falta de conhecimento, há uma estratégia de poder que se sustenta com cargos e favores, às custas do sofrimento popular.

A população precisa compreender que o caos não veio do nada. Ele é planejado. Ele é sustentado. Ele é construído com cada escolha feita por quem deveria governar para todos, e não para os seus.

É Hora de Acordar

Guamaré não precisa de mais cargos comissionados. Não precisa de servidores em desvio de função (lotado numa secretaria mais trabalhando em outra) ou de contratados ganhando vantagens pessoais ilícitas (as vezes ganhando o dobro do salário, noutros 1/3). Não precisa de mais reuniões vazias.

Guamaré precisa de política pública, de transparência, de servidores que de fato trabalhem, de gestores que sirvam, e não se sirvam do cargo.

O povo precisa fazer a pergunta certa: Quem realmente está trabalhando por Guamaré? E quem está apenas drenando os recursos que deveriam servir ao povo?

O tempo de esperar acabou. É hora de cobrar. É hora de mudar. Como diz Fábio Saba: “Líder não cria panelinhas. Líder une pessoas”.

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