
Essa velha metáfora carrega um aviso direto: por mais que alguém pareça inofensivo ou confiável, é perigoso colocá-lo em uma posição onde seus instintos, ou interesses possam falar mais alto. Em outras palavras: não se deve testar o caráter alheio deixando a porta aberta à tentação.
Meu avô costumava dizer: “A política é tão dinâmica que não dá para confiar 100% nos amigos, nem desconfiar 100% dos inimigos.” É nesse vai e vem de interesses que antigos adversários se tornam aliados e velhos companheiros passam a conspirar. E tudo começa com a famosa frase que muitos tratam como folclore, mas que carrega uma verdade incômoda: “Não coloque a raposa no galinheiro. Um dia ela terá fome.”
O tema da semana das redes sociais e grupos de WhatsApp foi o processo eleitoral. Para alguns, apenas uma encenação da oposição; para outros, um alerta de que a disputa está longe de terminar. Alguns políticos, confiantes, chegaram a dizer em vídeo que os adversários deveriam apenas esperar os próximos quatro anos, contando com a segurança de uma decisão judicial favorável.
Mas o foco e as discursões não ficaram no prefeito. Quem acabou no centro dos holofotes e dos grupos de WhatsApp, foi William de Macedo Bezerra, o conhecido Berg da Farmácia. Figura marcante da eleição de 2024, Berg surpreendeu ao abandonar sua candidatura, gesto que desestruturou uma coligação inteira. Agora, ele retorna ao palco político para tentar reescrever sua história, mas, desta vez, sem que ninguém arrisque prever o desfecho.
Informações de bastidores indicam que Berg chegou a revelar os motivos da sua desistência. No entanto, quando a situação apertou, alegou: “Eu estava brincando.”
Para alguns, a situação é mais grave do que parece. É no mínimo curioso ver aliados do governo torcendo pela queda de um dos seus, enquanto adversários adotam um tom de cautela e preferem deixar a decisão com a Justiça.
NOTA DO BLOG
Tenho dito e poucos escutam. É simples e ligeiro: “Não coloque a raposa no galinheiro. Um dia ela terá fome.”
Mas, afinal, ele estava brincando de que?
